
O que são riscos psicossociais e por que sua compreensão é essencial para empresas e lideranças
Cristina Meira
5/7/20253 min read
Cuidar de pessoas nunca foi tão urgente e tão estratégico.
Vivemos uma nova era nas relações de trabalho, onde saúde emocional, produtividade e cultura organizacional deixaram de ser temas paralelos para ocupar o centro das decisões empresariais. Em meio a esse cenário, um termo tem ganhado destaque (e exigido ação): riscos psicossociais.
Se antes a preocupação com esses fatores era vista como um diferencial, agora ela é uma obrigação legal. Mas, mais do que cumprir a norma, entender e atuar sobre os riscos psicossociais é uma oportunidade para transformar lideranças, ambientes e resultados.
“O ambiente de trabalho é um dos determinantes sociais mais importantes para a saúde mental.” — Organização Mundial da Saúde, 2022
O que são riscos psicossociais?
Riscos psicossociais são condições do ambiente de trabalho que impactam diretamente a saúde mental, emocional e relacional dos colaboradores. Eles envolvem aspectos da gestão, da carga de trabalho, das relações interpessoais, da cultura organizacional e do suporte percebido.
Alguns exemplos comuns incluem:
Sobrecarga e pressão excessiva por resultados
Falta de apoio da liderança
Assédio moral e sexual
Falta de reconhecimento
Insegurança no emprego
Ruptura entre vida pessoal e profissional
Relações tensas ou hostis no ambiente de trabalho
Esses fatores silenciosos corroem o bem-estar, o desempenho e o senso de pertencimento. E quando ignorados, se tornam gatilhos para burnout, estresse crônico, afastamentos e alta rotatividade.
De onde vem esse conceito?
O termo “riscos psicossociais” começou a ser estudado a partir dos anos 1970 por pesquisadores como Robert Karasek e Tores Theorell, que associaram estresse ocupacional à combinação entre alta demanda e baixa autonomia no trabalho.
A partir da década de 1990, organizações internacionais como a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a OMS (Organização Mundial da Saúde) passaram a utilizar o conceito em suas diretrizes, reconhecendo que os riscos psicossociais são tão perigosos quanto os físicos, químicos ou biológicos.
“Riscos psicossociais são aspectos da concepção do trabalho, da organização do trabalho e da gestão, bem como o seu contexto social, que têm o potencial de causar danos psicológicos ou físicos.” — OIT, 1986
Como os riscos psicossociais são avaliados?
Diferente de um ruído excessivo ou de um produto químico perigoso, os riscos psicossociais não são visíveis a olho nu, mas são imensamente presentes.
Por isso, sua avaliação exige escuta, método e sensibilidade. Alguns instrumentos utilizados em empresas do mundo todo incluem:
COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire)
Job Content Questionnaire (Karasek)
MBI (Maslach Burnout Inventory)
Pesquisas de clima organizacional
Entrevistas, grupos focais e observações comportamentais
Além disso, no Brasil, a NR 17 e a NR 1 exigem a realização de Avaliações Ergonômicas Preliminares (AEP) e Análises Ergonômicas do Trabalho (AET) em situações que envolvam carga mental ou emocional significativa.
Por que as empresas precisam agir?
Além das obrigações legais previstas na nova NR 1, o custo da omissão é alto: humana e financeiramente.
86% dos profissionais no Brasil mudariam de emprego para preservar sua saúde mental (InfoJobs, 2023)
O burnout já afeta mais de 30% dos trabalhadores formais (Associação Brasileira de Psiquiatria, 2022)
O custo global da negligência com saúde mental supera US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade (OMS, 2021)
Ignorar os riscos psicossociais é abrir espaço para adoecimentos em série, rupturas silenciosas e ambientes marcados pelo medo e pela desmotivação. É comprometer resultados — antes mesmo de percebê-los.
Como transformar esse risco em estratégia?
Aqui entra a verdadeira virada de chave. Quando os riscos psicossociais são compreendidos e enfrentados, eles deixam de ser ameaças invisíveis para se tornarem vetores de mudança cultural.
Empresas preparadas adotam práticas como:
Mapeamento contínuo do clima emocional
Capacitação de lideranças para empatia e escuta ativa
Espaços de acolhimento e canais de diálogo confidenciais
Reconhecimento e valorização real dos colaboradores
Integração entre áreas de RH, SST e cultura organizacional
É assim que se constrói uma cultura de segurança emocional. Não com slogans — mas com práticas consistentes.
Alerta: “O que não é risco psicossocial”
Para diferenciar conceitos e evitar banalização, é importante entender o que os Riscos Psicossociais não são:
Não são conflitos pontuais entre pessoas
Não é falta de benefícios
Não é preferências pessoais sobre estilo de liderança
Não são problemas isolados de desempenho
E para facilitar a aplicação prática e saber se sua empresa está exposta a riscos psicossociais, verifique se:
Há alta rotatividade e absenteísmo
Colaboradores evitam expor problemas
Lideranças não receberam formação emocional
Não existem canais formais de escuta
A sobrecarga virou rotina
Há muito silencio e pouca sugestão de ideias
Conclusão: mais do que atender à norma, é hora de atender às pessoas
Entender o que são riscos psicossociais é um passo fundamental para quem deseja liderar com consciência, cuidar com estratégia e transformar com profundidade.
Na AHURA, acreditamos que o cuidado emocional não é moda, é estrutura. É o que sustenta vínculos, retém talentos e evita o colapso invisível das relações no trabalho.
Quer saber se sua empresa está preparada para identificar e mitigar os riscos psicossociais?
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Somos especialistas em transformar ambientes silenciosos em espaços de escuta, acolhimento e alta performance.
Leia também: Entenda a Nova NR-1: O que Exige das Empresas e sua Importância na Gestão de Riscos Psicossociais
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